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Silimarina e Doença Crônica Hepática

A silimarina, um extrato de cardo mariano (Silybum marianum), é o tratamento botânico mais comumente usado para distúrbios hepáticos nos Estados Unidos, devido às suas supostas propriedades hepatoprotetoras1.  O seu principal composto ativo é a silibina, que tem um efeito biológico notável. É utilizado em diferentes afecções hepáticas, particularmente doenças hepáticas crônicas, cirrose e carcinoma hepatocelular, devido ao seu poder antioxidante, anti-inflamatório e antifibrótico. De fato, o efeito antioxidante e anti-inflamatório da silimarina é orientado para a redução dos danos hepáticos relacionados ao vírus por meio do amolecimento da cascata inflamatória e modulação do sistema imunológico. Também tem um efeito antiviral direto associado à sua administração intravenosa na infecção pelo vírus da hepatite C. Com relação ao abuso de álcool, a silimarina é capaz de aumentar a vitalidade celular e reduzir tanto a peroxidação lipídica quanto a necrose celular2.

Além disso, o uso de silimarina/silibina tem efeitos biológicos importantes na doença hepática gordurosa não alcoólica. Essas substâncias antagonizam a progressão da doença hepática gordurosa não alcoólica, intervindo em vários alvos terapêuticos: estresse oxidativo, resistência à insulina, acúmulo de gordura no fígado e disfunção mitocondrial. A silimarina também é usada na cirrose hepática e no carcinoma hepatocelular que representam estágios finais comuns de diferentes hepatopatias, modulando diferentes padrões moleculares. Portanto, o objetivo desta revisão é examinar estudos científicos sobre os efeitos derivados do uso de silimarina/silibina em doenças hepáticas crônicas, cirrose e carcinoma hepatocelular2.

A silimarina atua também como imunomodulador e agente antifibrótico, devido à redução da ativação ou estimulação da apoptose das células estreladas hepáticas, ou aumentando a degradação dos depósitos de colágeno no parênquima hepático. Além disso, é considerado um hepatoprotetor pela capacidade de estabilizar as membranas celulares dos hepatócitos, impedindo a entrada de substâncias químicas tóxicas nessas células3.

Referências Bibliográficas

  1. Abenavoli L, Capasso R, Milic N, Capasso F. Milk thistle in liver diseases: past, present, future. Phytother Res. 2010; 24(10):1423–1432.
  2. Federico A, Dallio M, Loguercio C. Silymarin/Silybin and Chronic Liver Disease: A Marriage of Many Years. Molecules. 2017;22(2):191.
  3. de Avelar CR, Pereira EM, de Farias Costa PR, et al. Effect of silymarin on biochemical indicators in patients with liver disease: Systematic review with meta-analysis. World J Gastroenterol. 2017;23(27):5004-5017.
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