Segundo a OMS, “o Brasil é o campeão mundial em casos de transtorno de ansiedade e ocupa o segundo lugar em transtornos depressivos” (Agência Senado). Sabemos hoje que a Vitamina D está envolvida em uma série de processos no organismo, tais como: Regulação do Cálcio, Secreção de Hormônios, Atuação no Sistema Imunológico e no tema de hoje, no Sistema Nervoso Central (SNC). [1]
E por que a vitamina D está ligada as doenças psiquiátricas? Isso é devido a sua capacidade de ultrapassar a barreira hematoencefálica e, por possuir receptores no SNC responsáveis por desencadear ações. Dentre elas, há estudos ligando o “Hormônio do Sol” (Vit. D) com a ansiedade, mau-humor, autismo e, principalmente, a depressão. Nesse sentido, tem sido associado que o nível de Vitamina D está ligado a gravidade da depressão, porém ainda existem muitos resultados controversos. Portanto, discutiremos a seguir com vocês, os principais pontos que sabemos até o momento! [1,2]
O papel desse nutriente na fisiopatologia da depressão ainda é especulativo, essa doença considerada o mal do século XXI é causada por fatores genéticos e ambientais que resultam em uma deficiência na sinalização de serotonina, noradrenalina e/ou dopamina. Seus principais sintomas são: perda de prazer em atividades que antes apreciava, tristeza constante, insônia, fadiga e muitos outros. Por se tratar de uma doença mental, ainda há uma falta de sensibilidade que acaba silenciando os pacientes depressivos, uma doença que afeta todo o círculo social do indivíduo e que é um momento necessário para se ter ainda mais empatia com o mesmo. [3]
Nesse contexto, o seguinte estudo de maior base populacional até então realizado com adultos de meia-idade, publicado na Cambridge University Press em 2020, constatou que a insuficiência ou deficiência de Vitamina D podem desempenhar um papel na sintomatologia depressiva em pacientes. Além disso, você deve estar curioso para entender como essa Vitamina pode atuar. Ela é estudada por seu fator neuroprotetor, evitando danos oxidativos ao SNC. Não obstante, esse nutriente é capaz de reduzir inflamações subclínicas a nível do SNC, fator que pode desencadear a depressão. E até mesmo, hoje estamos entendendo o papel de uma microbiota saudável capaz de influenciar nesta enfermidade. [4]
Eis que mesmo diante de tantas pesquisas que vêm surgindo, ainda se fazem necessário mais estudos rigorosos e com maior amostragem para entendermos o seu papel nesta patologia e se a suplementação de Vitamina D deve ser considerada como uma terapia adjuvante. Para você, ainda informamos que “a prevenção é a melhor cura”, por isso, recomendados um banho de Sol diário de 15min no horário de pico, porém se não for possível, converse com seu médico sobre suplementação. [4]
Por fim, saúde mental é importante e nunca deixe de procurar ajuda. O Centro de Valorização da Vida (CVV) atende gratuitamente 24h por dia com sigilo, acesse em: https://www.cvv.org.br/ ou ligue em 188.
Referências
[1] Cheng Y‐C, Huang Y‐C, Huang W‐L. The effect of vitamin D supplement on negative emotions: A systematic review and meta‐analysis. Depression and Anxiety. 2020;1–16. https://doi.org/10.1002/da.23025
[2] Kalueff, A. V., & Tuohimaa, P. (2007). Neurosteroid hormone vitamin D and its utility in clinical nutrition. Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care, 10(1), 12–19. https://doi.org/10.1097/MCO.0b013e328010ca18
[3] Calcia, M. A., Bonsall, D. R., Bloomfield, P. S., Selvaraj, S., Barichello, T., & Howes, O. D. (2016). Stress and neuroinflammation: A systematic review of the effects of stress on microglia and the implications for mental illness. Psychopharmacology (Berl), 233(9), 1637–1650.https://doi.org/10.1007/s00213-016-4218-9
[4] Ronaldson A, Arias de la Torre J, Gaughran F, Bakolis I, Hatch SL, Hotopf M, Dregan A (2020). Prospective associations between vitamin D and depression in middle-aged adults: findings from the UK Biobank cohort. Psychological Medicine 1–9. https://doi.org/10.1017/S0033291720003657
